sábado, 8 de junho de 2013

MATA ATLÂNTICA: Saiba quem são os grandes defensores


Quando os portugueses chegaram à costa brasileira, a Mata Atlântica cobria cerca de 1,5 milhões de quilômetros quadrados do território brasileiro - que, em 500 anos, foram reduzidos a 7% dessa área. Nesse bioma, vivem atualmente 8 mil espécies de plantas e animais endêmicos. Mais de 530 dessas espécies estão ameaçadas de extinção.

Cada pequeno fragmento de mata atlântica é importante - uma matriz para a reconstituição da floresta. Em algum momento, nós brasileiros vamos perceber o que estamos perdendo e precisaremos nos dedicar a refazer a mata. Alguns já estão trabalhando - cidadãos e empresas. A Regua - Reserva Ecológica Guapiaçu, no Rio de Janeiro, estimula a educação ambiental nas comunidades vizinhas e realiza pesquisas em suas matas, aumentando o conhecimento sobre a fauna da Serra do Mar, beneficiando também as reservas governamentais próximas. Está adquirindo novas áreas e reflorestando-as para conectar suas florestas ao Parque Estadual dos Três Picos, aumentando a possibilidade de manter saudáveis as nascentes da bacia do rio Guapiaçu e os processos evolutivos e ecológicos que dependem de grandes áreas contínuas. A Regua localiza-se no município de Cachoeiras de Macacu. O nome diz tudo - é a fonte de água que abastece as cidades vizinhas e, em um futuro próximo, também a cidade do Rio de Janeiro.


Nicholas Locke, da Regua, esclarece o papel das reservas criadas por ONGs ou empresas privadas e as reservas governamentais, e a importância relativa das duas áreas: "O governo tem as ferramentas para decretar áreas importantes para a preservação do meio ambiente e este papel é de suma importância. Mas, como a ONG é uma associação, ela pode acessar linhas de crédito para projetos que não são acessíveis ao governo. Já o setor privado pode ser acionado para providenciar recursos para projetos de conservação".

A Reserva Natural Vale, no Espírito Santo, é contígua à Rebio Sooretama; as duas reservas, juntas, cobrem uma área de 47 mil hectares de floresta de baixada, ou mata de tabuleiro, a formação florestal mais ameaçada da Mata Atlântica. A importância da reserva é reconhecida mundialmente, pela UNESCO, de quem recebeu o título de Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.


Segundo Luiz Felipe Campos, gerente de biodiversidade e florestas da Vale, essa área "aumentada", ou melhor, duplicada, "é o último reduto no Espírito Santo da onça-pintada e da harpia, predadores de topo de cadeia alimentar". Na Reserva Vale, as pesquisas revelaram espécies novas de plantas para a ciência e algumas de grande porte e ameaçadas de extinção, como o pequi-isaías. 

Atualmente, cerca de 150 pesquisas estão acontecendo ali. A reserva coleta sementes e produz mudas das espécies nativas, criando um banco genético importante e exportando floresta para outras regiões do país e do Espírito Santo. E ainda, como a Regua faz com o Parque dos Três Picos, ajuda na vigilância e proteção da vizinha Rebio Sooretama.

Em Porto Seguro, a RPPN Estação Veracel, outra reserva de propriedade de uma indústria, desenvolve formas de manejo para proteção contra o fogo e caçadores, exportando esse conhecimento para reservas vizinhas. Também protege uma importante área de mata de tabuleiro, um dos últimos redutos do balança-rabo-canela, e um destino certo de observadores de aves que desejam observar este raro beija-flor florestal.



Alguns brasileiros estão trabalhando pelas nossas florestas. Há esperança para a Mata Atlântica.

FONTE: Abril