sábado, 27 de abril de 2013

MAQUIAGEM VERDE: Falsa sustentabilidade das empresas.



Uma nova sociedade sustentável está se formando a partir da crescente preferência dos consumidores por produtos e serviços de empresas socioambientalmente responsáveis. Newton Figueiredo, presidente do Grupo Sustentax, avalia que este movimento precisa de mais atenção das companhias, especialmente no Brasil.
“As empresas que entenderem essa nova demanda do consumidor terão vantagem competitiva e uma consequente fidelização de clientes e investidores”, disse Figueiredo, durante o comitê de Sustentabilidade da Amcham-Recife nesta terça-feira (23/04).
Segundo o especialista, no País, há uma discrepância entre o que os consumidores estão buscando e o que as empresas oferecem. Ele afirma que 73% dos consumidores brasileiros gastariam mais para comprar produtos ecologicamente corretos. O dado é da pesquisa Penn, Schoen & Berland Associates, realizada em 2010.
Figueiredo compara este resultado a uma pesquisa realizada também em 2010, pelo Instituto ADVB de Responsabilidade Socioambiental, o qual mostrou que apenas 28% das empresas desenvolvem alguma ação para organizar uma rede de fornecedores socialmente responsáveis.
O mesmo levantamento apontou ainda que somente 32% das companhias brasileiras possuem políticas para efetivar compras de materiais verdes ou ambientalmente certificados.
Além disso, 79% das empresas não conhecem a opinião de seus clientes quanto a escolha de empresas socialmente responsáveis.
Maquiagem verde
Figueiredo critica empresas que fazem o que chama de maquiagem verde. “Companhias que desenvolvem projetos pontuais de ações sociais e ambientais, sem compromissos efetivos, porém se proclamando sustentável em sua comunicação, fazem maquiagem verde”, explicou.
O executivo afirma que a corrida para parecer verde traz riscos para a imagem da empresa e para o consumidor. Ao maquiar produtos e ações como sustentáveis a companhia pode cometer propaganda enganosa ou até falsidade ideológica, crimes puníveis por dispositivos legais como o Código de Defesa do Consumidor, o Código Penal Brasileiro e o Código Brasileiro de Autorregulação Publicitária.
Gestão
O especialista comenta que “não há conflito entre lucro, ética e responsabilidade socioambiental”. A sustentabilidade de um negócio tem por objetivo perservar a rentabilidade e a perenidade da companhia e uma das principais ferramentas para isso é garantir uma demanda permanente e crescente por produtos e serviços que atendam as expectativas dos consumidores. A sustentabilidade socioambiental está diretamente relacionada a estas expectativas, completa Figueiredo.
Figueiredo defende que a sustentabilidade esteja inserida na dimensão estratégica da organização, utilizando a inovação em processos e produtos para criar valor, constantemente, para os seus públicos de interesse.
“Não há milagre para unir estes pontos, sustentabilidade exige planejamento, estabelecimento de prioridades e metas reais”, finalizou.

FONTE: AMCHAM